Tuesday, September 14, 2004

33ª Parábola – A Escolha dos Convidados

33ª Parábola – A Escolha dos Convidados
Disse Jesus: quando deres um jantar, ou uma ceia, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem os vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso retribuído.
Mas quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos; e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que te retribuir; pois retribuído te será na ressurreição dos justos.

Lucas 14, 12-14

Meus irmãos,
Como sabemos, as parábolas de Jesus podem ser compreendidas a partir de vários níveis de interpretação. O primeiro é sempre o literal. Está claro, a partir desse ponto de vista, que a mensagem carreada pela parábola é a do amor desinteressado, aquele que não espera qualquer tipo de retribuição. Quando ajudamos os desvalidos, a única recompensa possível será a espiritual, o bem-estar que experimentamos, a consciência tranqüila, o sentido de dever bem cumprido, apesar de entendermos que muito há por ser feito ainda.
Num nível de interpretação simbólico, no entanto, devemos entender o banquete, o jantar ou a ceia como sendo o conhecimento espiritual que já pudemos aquilatar. Jesus nos adverte, dessa forma, que esse conhecimento não deve ser compartilhado apenas com os companheiros de crença, aqueles que já o possuem em certo grau, de forma que também nos retribuam com ângulos que ainda não conhecíamos. O entendimento espiritual que conquistamos deve servir para elucidar, esclarecer e consolar os pobres, aleijados, mancos e cegos de conhecimentos.
Então quer dizer que devemos pregar nas esquinas, gritar aos transeuntes com os livros da Codificação debaixo do braço? Não é o caso. A melhor pregação é a do exemplo, da consciência em paz, da paciência. Quando nos esforçamos por testemunhar o conhecimento evangélico nos tornamos exemplos aos que se debatem no oceano da ignorância espiritual e do conseqüente sofrimento. Sem percebermos estaremos cumprindo o ensinamento de Jesus: “ide e pregai o Evangelho a toda criatura...”
Convém recordar o Cap. XX, item 4, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que recebe o significativo título: Missão dos Espíritas. Nessa passagem, somos “aconselhados” a divulgar o conhecimento espírita que recebemos. Ao final da mensagem, o Espírito Erasto nos oferece os sinais pelos quais se podem reconhecer os espíritas que estão no bom caminho: ...vós os reconhecereis pelos princípios de verdadeira caridade que eles professarão e praticarão; vós os reconhecereis pelo número de aflições às quais eles terão levado consolações; vós os reconhecereis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; vós os reconhecereis, enfim, pelo triunfo dos seus princípios, porque Deus quer o triunfo de sua lei; aqueles que seguem suas leis são seus eleitos, e ele lhes dará a vitória, mas esmagará aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela um meio para satisfazer sua vaidade e sua ambição.”
Está aí, portanto, a melhor maneira de pregarmos a Boa Nova, com desinteresse, por meio da justiça, do amor e da caridade.
Há níveis mais profundos para compreendermos esta e as demais parábolas. No entanto, ainda nos faltam elementos para atingi-los. Tratam-se de níveis profundamente espirituais, que nos exigem uma abnegação, um testemunho de amor para os quais ainda não nos tornamos elegíveis. É o caso da iniciação por meio da renúncia e do sofrimento que encontramos nos exemplos de vida de Paulo, Francisco de Assis e outros.
Muita paz,
Frei Paulus


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