Monday, September 20, 2004

34ª e 35ª Parábolas - A Edificação da Torre e o Rei que vai Guerrear

Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo.

Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?

Para não acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a zombar dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pode acabar.

Ou qual é o rei que, indo entrar em guerra contra outro rei, não se senta primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?

No caso contrário, enquanto o outro ainda está longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.

Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo.

Bom é o sal; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor?

Não presta nem para terra, nem para adubo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

Lucas, 14:27-35



Irmãos do Geema,

As parábolas da semana têm a ver com o nosso conjunto de méritos espirituais.

Por toda parte, em todas as religiões, encontramos irmãos garantindo que já se encontram “salvos”, iluminados ou “escolhidos”. Isso porque cumprem com regularidade as “obrigações” semanais de sua religião.

No entanto, a mensagem evangélica é muito clara: para sermos discípulos do Cristo é preciso que tomemos a nossa cruz e que o sigamos. Quem está realmente disposto a enfrentar, com resignação, as dificuldades da vida e a cumprir, fielmente, todos os ensinamentos do Cristo, inclusive no que se refere ao amor aos inimigos? Quem está, na verdade, disposto a renunciar a tudo o que possui para ser discípulo de Jesus?

Analisemos as parábolas:

... Pois qual de vós querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?


... Ou qual é o rei que, indo entrar em guerra contra outro rei, não se senta primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?

Diante de qualquer empreendimento, na vida comum, somos convidados, pela prudência, a analisar se teremos as condições de irmos até o fim, de concluirmos o que nos propomos.

Também na empresa espiritual que administramos, antes de nos considerarmos evoluídos, salvos ou quites com a Providência Divina, devemos avaliar se temos “bala na agulha”, isto é, se possuímos méritos, se praticamos o bem desinteressado, se sabemos nos calar diante da crítica injusta, se pensamos sempre no outro antes de cogitarmos de nós mesmos...

Quando não fazemos essa avaliação sincera, ficamos como o construtor com a torre inacabada ou como o rei que enfrenta, ingenuamente, exército muito superior ao seu: nossa evolução fica pela metade ou, pior, perdemos a guerra contra as nossas inclinações negativas (voltamos aos velhos hábitos que combatemos por algum tempo...)

Renunciarmos a nós mesmos parece tarefa deveras gigantesca, parece preço alto demais para nós que nos acostumamos ao pódium das glórias humanas, das disputas de personalidade, de bens materiais, de inteligência, etc. No entanto, o mesmo Cristo nos disse que não podemos servir a dois senhores. É preciso que escolhamos apenas um...

Meus irmãos, que por meio da humildade, do esforço persistente no bem, do sacrifício dos nossos parentes, de acordo com a figura contida no Bhagavad Gita, tais sejam: egoísmo, vaidade, orgulho, inveja... possamos terminar o nosso combate (que pode ser hoje mesmo ou daqui a 50 anos), dizendo: combati o bom combate...

Muita paz a todos,

Frank

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